poema solitário
de Antonio Miranda
espaço que respiro
transmite o pólen
no espaço
vibrando as ancas cubanas
desse pensamento
que é margarida?
dispersas asas
dessa solidão azul
na rua de quarteirões
retangulares, retas
horizonte
assim o só
acompanhado
de mil difusas
musas
desenha
painel cotidiano
na profusão
do não
convencional
o qual
os dias, os meses
às vezes
esses anos.
Porto Alegre, janeiro 1959
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